DESCOLONIZE-SE: Oficina de Corte / Costura-desconstrução de gênero com Vicente Perrota
Vicente Perrotta: Estilista, costureira, artesã, artista, designer de joias, autodidata e coordenadora do Ateliê TRANSmoras. É conhecida por produzir roupas, acessórios a partir de materiais de descarte da indústria têxtil e roupas encontradas em pontos de doação ou lixos, transformando em novas peças que dialogam, discutem e questionam o comportamento de consumo, principalmente de moda.
Trabalhando através da ressignificação a artista desconstrói como questões de gênero e padrões estéticos nas roupas, como por exemplo, o binarismo, gordofobia, machismo e racismo. LGBTQIfobia e TRANSfeminismo também são temas que um estilista problematiza e questiona em suas criações, formando um elo de compromisso não só com a sustentabilidade mas também com o empoderamento dos corpos abjetos. Seu trabalho desconstrói o conceito de consumo e atrela a suas peças, uma visão alternativa para consumir e diminuir conseqüências pela indústria que são desnecessários para a nossa vida contemporânea
Segue abaixo os detalhes e como participar:
Por meio de uma vivência queer artística, O Coletivo Ateliê TRANSmoras na qual Vicente Perrota participa oferece para o público uma roda de conversa sobre ressignificação da estética / corpo / gênero / sexualidade / consumo / reaproveitamento de materiais e sustentabilidade.
O objeto desta oficina e propor uma vivência com aulas de costuras manuais, técnicas de customização. Upcycle (segunda vida para materiais descartados) que resultará na produção de um ensaio fotográfico e um desfile, de roupas e acessórios embutidos na oficina com esses materiais. Por meio dessa vivência artística e produção de moda agenera, abrirmos possibilidades para todos os corpos experimentarem e refletirem sobre a relação corpo / consumo / gênero e hábitos vestuais produzindo peças que rompem com os padrões da indústria cultural que apontam para exclusões de corpos abjetos. Trato aqui nos termos da filósofa Judith Butler, isto é corpos que não se encaixam nos padrões de uma exis corporal eurocêntrica, magra, branca, binária e cisgênera.
A produção cultural de moda e um espaço propício para se desenvolver o gênero e pensar as relações de consumo, favorecendo o empoderamento de pertencentes às chamadas minorias sociais. Esse exercício visa também a habilitação das pessoas para investidas em novas atividades rentáveis dentro de sua comunidade, o resgate da cultura e economia local e o engate na produção de diversidade na moda. As formas de exclusão e subalternização dão-se por vários meios, seja por não se enquadrar nos padrões sociais ou por sofrerem diariamente com pensamentos e práticas hegemônicas que se manifestam nas marcas diferenciais e sociais, tais como: raça, gênero, sexualidade, religião e de ordem biológica, moral e estética.
Dinâmica das aulas:
25 e 26 de julho – Introdução à costura e práticas de uso da máquina de costurar
31 de julho – Roda sobre moda, gênero e estética e chuva de ideias sobre as peças
02 e 07 de Agosto – Desenvolvimento do trabalho final – Produção das peças
11 de Agosto – Desfile com as peças e acessórios disponíveis na oficina
Inscrição: por ordem de chegada no dia 25 de julho, 1 hora antes do início.
Dias de aula: 25 (quarta) 26 (quinta) de Julho e 31 (terça) de julho
02 (quinta) e 07 (terça) de agosto
11 (sábado) de agosto
2018
Horário: 14h ás 17h
Vagas: 20
Gratuito
Público:
Pessoas trans, travestis, bichas, sapatonas, pretas, gordas e todo o publico LGBTTQIA + e corpos abjetos
Materiais:
O Ateliê Vivo fornecerá todos os materiais técnicos para a produção das peças, bem como máquinas e demais insumos. Solicita-se que os participantes tragam roupas usadas, acessórios antigos que podem ser reutilizados.