O inimaginável e outros cotidianos possíveis.
Cali, Colômbia. Estamos aqui a convite do @lugaradudas e da @laescuela.art para realizarmos a experiência de uma residência artística durante algumas semanas. Saímos em caminhada para conhecer a cidade e entre montanhas, encontramos o rio. Um rio vivo de uma cidade culturalmente ativa e com fluxo de vida. Pra gente de São Paulo, um rio assim é quase uma miragem, sonho, desejo. Um rio que se move, que desce das montanhas de Farallones do Vale do Cauca e chega aqui, em Santiago de Cali, possibilitando a ideia de cidade habitável, contra a ideia de terriricidio que estamos vivendo. Um mundo mais possível começaria pela divisão de terra, água, pertencimento, multiplicidade de eus. A luta dos povos originários da América Latina reflete e aponta essa possibilidade.
Entre miragens e realidades, sentamos nas pedras, com o corpo na água, os pés, a cabeça um pouco mais leve. A água desenhando na própria água seu fluxo, o brilho da sua pele. Vendo a água de perto, a vida parece até fácil, delicadeza. E, não é?
Como existir em uma cidade onde a natureza parece um objeto externo ao próprio sentido de existência?
Tivemos a oportunidade de estarmos na casa da residência do Lugar a Dudas e nela intervir. Uma casa linda, com planta, ar, vento, chuva, memórias, ideias. Criamos um desenho pra piscina da casa, um desenho sobre a água, buscamos pedras no rio. A água que enche a piscina é a água do rio. @flavialobodefelicio @odetecadilaque @carolinacherubini_ @andreaguerra.arradi