Para fazer uma roupa deitamos o tecido, a modelagem vai por cima e riscamos seu contorno com o giz.
Ao cortar este desenho do molde no tecido, produzimos duas formas que se complementam : uma delas que foi projetada e após ser costurada gera a roupa e o negativo desta que, em geral, é descartada.
Esse desenho espontâneo da sobra, sem interesse, com seus picotes, manchas, ourelas, nós aqui no Ateliê Vivo, resolvemos chamar de ANTI MOLDE. Ele é a coisa em si, o mistério, o outro, a outra, outres, não é representação, é um corpo não corpo, uma forma da não forma.
O ANTI MOLDE é a valorização destes volumes de tecidos acumulados, que se transformam de eliminação para matéria principal de criação. Uma ideia interessante de um sistema que nos diz para extrair, descartar e extrair novamente.
É esta matéria que enxergamos novas e belas formas, que unidas vão gerando composições, tecidos e trabalhos que possuem memórias e gestos de tantas mãos que passaram por esses tecidos.
É uma ação de recriar a partir da reutilização enaltecendo a ausência de padrões e o poder que o material nos dá.